A justaposição de obras gestadas no curso da pandemia, exibidas em tempo real, e de gravações de performances anteriores à crise sanitária permitiram ao público do Festival Latino-Americano de Teatro da Bahia, o FILTE, atravessar coordenadas espaço-temporais produtivas em suas singularidades. No caso dos trabalhos internacionais da programação, que aconteceu de 22 a 28 de novembro, houve equilíbrio entre duas criações ao vivo e duas derivadas de arquivo e registradas, intuímos, sem supor que um dia seriam difundidas integralmente na rede mundial de computadores. Pelo menos três delas têm o corpo matricial em narrativas redimensionadas por meio de outras fisicalidades próprias das mídias que coabitam.
O presente texto caminha ao lado de Curadoria – Palestra-performance, da dramaturga, atriz e pesquisadora Any Luz Correa Orozco, da Colômbia, ela que desenvolveu estudos no Brasil; Expectantes, parceria do Núcleo 2 – Coletivo de Teatro, de Uberlândia (MG), com o grupo Vendimia Teatro, da Colômbia; Noite, da CRL – Central Elétrica (Circolando), de Portugal; e Altíssimo, do núcleo TREMA!, surgido no Recife e atualmente radicado em Portugal.