A peça “Moscou para Principiantes” é mais do que uma versão de “As Três Irmãs” ou um compilado da obra de Anton Tchekhov. A Obra é mais do que isso. Com 55 minutos, o espetáculo convida o espectador a jogar com as atrizes em cena. Brinca com nossos sentidos e percepções enquanto também contém falas de “As Três Irmãs”, discute o mundo do trabalho, da mulher a política e pontos de vista, mas de uma forma leve. A montagem está em cartaz no TUSP – Teatro da Universidade de São Paulo.
Como um verdadeiro jogo cênico para atrizes e plateia, “Moscou para Principiantes, dramaturgia e direção de Aline Filócomo, tem três atrizes em cena: Natacha Dias, Paula Arruda e Rita Grillo (Que será substituída nas últimas duas semanas por Rita Pisano). Com humor, movimentação corporal, dublagem, ritmo e outros artifícios de linguagem, há uma imaginação de construção de mundos e alternativas de poéticas para questões que faz com que a peça e Tchecov se encontrem em cena, de alguma forma não exatamente convencional.
Em cena são promovidas conversas em dois núcleos de mulheres: três artistas de teatro e um grupo de aposentadas da terceira idade que usam de troca de personagens, neologismos, mudança de lugar, dublagem e tudo isso de uma forma que faz exercitar o cérebro. É interessante que a peça – que também foi publicada em livro – ganha mesmo vida no palco, em uma experiência difícil de descrever, mas interessante de ser vivida.
A partir de “Moscou para Principiantes” a plateia é levada sem peso a temas nem sempre leves. Vale a reflexão e a brincadeira em cena, já que no processo da peça, nos tornamos atores dela para montar as situações propostas.